7.9.17

Estado da relação (com a barriga) aos 9 meses.


Ora bem, vamos lá ser objectivas porque nesta fase até bocejar dá uma trabalheira desgraçada.
Bom, a matemática é ciência que deixa de existir. Não contamos o peso, não contamos as semanas, não contamos os xixis nocturnos, não contamos as vezes que nos perguntam "ainda grávida?", não, só me apeteceu engolir um melão casca de carvalho. Não contamos os olhares de misericórdia quando te vêm arrastar pela rua, pelos corredores do trabalho, pelas filas do supermercado... ou os olhares de susto perante o teu nariz ou o tamanho das tuas mãos e pés.
Tenho saudades do contacto visual com a minha vagina e com os meus pés, vistos na vertical. Também sinto muita falta dos meus ossos e de dormir de barriga para baixo.
Não me consigo calçar e dá jeito ter uma Carolina ali à mão. Esta parte e a das massagens ao deitar toleram-se. "Ai meu Deus!!!! Vocês reconhecem-me??? Sabem que continuo a ser a vossa mãe???? Estou tão malzinha, não aguento mais. O melhor é pedir que me internem já. Os meus pés, meu Deus, parecem as patas do Poupas... não sabem quem é o Poupas? Pronto, parecem as patas da Popota". E as criaturas muito assustadas com aquela choradeira enquanto a Constança reforça a sua posição, "eu só vou ter filhos se forem adoptados".
Outros constrangimentos provocados por uma barriga de nove meses? Talvez ninguém se tenha lembrado disto, mas estacionar o carro torna-se um exercício semelhante a treino militar. Não tens ângulo de rotação para os retrovisores com uma barriga que se te distrais engole-te.
Finalmente, os toques... essa maravilha que é enfiarem-te os dedos, a mão, o punho... o que for... Já estou por tudo, desde que não me cheguem às amígdalas.

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