9.6.17

Amizades.


É um vale tudo verdadeiro, derradeiro e puro. Não é canto escuro, mesmo no lado obscuro de quem não esconde nada. A amizade não procura paridade, igualdade ou semelhança, é só afecto puro, sentimento duro, verdade sem agonia ou vaidade.
Não interessa idade, não tem que ser antiga, é apenas como uma cantiga daquelas que não sai. Amizade também é espontânea, não é só a paixão que é momentânea. Nem sempre tem enredo nem esconde segredo.
A amizade é tão simples quanto complexa, porque é densa, mas não adensa o que não condensa e nos dá paz.
A amizade boa nunca envelhece, como o amor vivo permanece. E acontece. Basta querer. Amar sem saber e deixar acontecer.


Nota de redacção:

Já fui pessoa poupada em afectos. Serei ainda, às vezes. Não tenho o beijo ou o toque ao desbarato na algibeira, mas noto-me cada vez mais extravagante.
O que de melhor podemos fazer é permanecermos nas amizades. Não como quem busca consolo, mas como quem encontra paz.
Os amigos só nos traumatizam quando não o são. Sendo. São-no sempre. E não tem a ver com o número, tem a ver com a qualidade humana e o princípio é simples. Só se recebe na medida do que se dá. Não se poupem.

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