15.3.17

Este post podia ser uma salada russa...


Este deveria ser um post sobre meias, daquelas invisíveis que prometem fazer-nos as pernas sexys e morenas. Todas as manhãs, quando me enfio numas da espécie e rasgam ao primeiro toque do meu mindinho juro, por todas as almas, que me vingarei sob a forma de palavras hostis. Mas, depois engulo o pão que acompanho com a meia de leite, actualizo-me no primeiro scroll do Facebook que, permitam-me o desabafo, está cada vez mais insuportável, ontem mesmo removi para cima de uma dezena de amizades, pessoas que devo ter adicionado em 2007 e ainda não entendia o propósito da coisa, mas é só a mim que está a acontecer isto? Ocorrem-me os piores pensamentos quando no feed me aparecem coisas do género "o que faz bem a uma crise de vesícula? tou que nem posso" ou "nem sempre os olhos fechados dormem. Nem sempre os olhos abertos vêem"... enfim.
Está aí o Dia do Pai que é sempre uma data fofinha e agora com o Facebook - here we go again - é vê-los bradar aos céus os super poderes dos respectivos progenitores. A verdade é que já não se escrevem postais ou folhinhas perfumadas como as que eu escrevia ao meu pai. Já Saramago disse, numa carta ainda pode cair uma lágrima, nunca num email ou post - acrescento eu. Bom, mas também não pretendo bancar o velho do restelo e amaldiçoar a evolução dos tempos.
Eu já não compro postais e há muito perdi as minhas folhinhas perfumadas. Há alguns anos deixei de comprar canivetes suiços. Fui mãe, pela segunda vez, vai fazer sete anos no próximo Dia do Pai e honro-lhe a paternidade com a minha maternidade.
Honro-o também com imagens como estas, locais que conheci com ele. Sem GPS. Sem auto-estrada. Roteiro numa folha A4 e mapa de Portugal aberto no tablier, máquina fotográfica ainda com rolo. Foi, aliás, num destes sítios que me fotografaste a última vez.
Não foste sempre bom. Cometeste falhas. Fizeste-me chorar. Nunca te presumi perfeito porque se assim fosses não serias meu e meu foste sempre - ainda és - o melhor que tenho.

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